Felipe Nasr, da Sauber, com 1min20s017, registrado na 76ª volta. Apesar de distante dos mais rápidos em uma volta, seu tempo total de corrida esteve dentre os mais eficientes, considerando-se as severas limitações do modelo C34-Ferrari da Sauber. É por isso que na hora da bandeirada o brasiliense de 22 anos apareceu em nono lugar.

Para fazer somente a 15ª melhor volta há motivos: “Nosso carro é muito difícil de pilotar, falta aderência, você é surpreendido, tem de consertar no volante”. Mas seu comportamento foi melhor que nos treinos livres de quinta-feira e na classificação, sábado. “Com o tanque cheio o nosso maior problema aqui, a falta de temperatura nos pneus dianteiros, se manifestou menos”, explicou.

Felipe Nasr recebeu elogios após bom desempenho no GP de Mônaco (Foto: Divulgação)

A verdade é que Nasr disputou outra grande corrida. Como se diz no jargão do automobilismo, andou mais do que o carro, conforme a sua velocidade em uma volta demonstra. Largou em 14º, por conta de no sábado sequer passar do Q3, a primeira parte da definição do grid, tal o desequilíbrio do seu monoposto, e depois, competindo com inteligência e contando com o abandono de alguns adversários marcou pontos pela terceira vez em seis etapas, contra o que ele e a equipe esperavam.

Os dois pontos deste domingo foram somados aos quatro da China, pelo oitavo lugar, e os 10 da Austrália, quando na estreia na F-1 recebeu a bandeirada em brilhante quinta colocação. Isso o deixa em nono na classificação do Mundial, com 16 pontos. O líder é Lewis Hamilton, da Mercedes, terceiro em Mônaco, seguido de perto, agora, pelo companheiro, Nico Rosberg, o vencedor, com 116. Sebastian Vettel, da Ferrari, ficou em segundo e soma 98.

No GP de Mônaco, os pilotos têm, muitas vezes, de contar com a sorte para avançar na classificação. Esse foi o caso de Nasr. Ao fim da primeira volta, Felipe Massa, da Williams, e Nico Hulkenberg, Force India, pararam nos boxes, para substituir partes do carro danificadas no choque da primeira curva, a Saint Devote, e na quinta, Mirabeau. Com isso, Nasr já passou em 12º.

Nasr parou nos boxes quando o safety car entrou na pista, na 63ª volta, por conta do acidente do holandês Max Verstappen, da STR. O inglês perdeu a vitória porque Rosberg e Vettel não entraram para substituir os pneus. Diante das imensas dificuldades de se ultrapassar no Circuito de Monte Carlos, mesmo com pneus bem usados quem está à frente consegue impedir a manobra.

“Com o safety car, perdi mais de 15 graus nos meus pneus dianteiros. Seria impossível para mim permanecer na pista com aqueles pneus. Eu tinha mesmo de parar, até por segurança. Naquela condição você não consegue nem frear o carro”, disse o piloto. Nasr fez o pit stop (64ª volta) em nono e voltou à pista em nono.

Com o nono lugar, Felipe Nasr conquistou mais dois pontos para a Sauber nesta temporada (Foto: Divulgação)

A sua regularidade, este ano, apesar de ser o primeiro, já permite a Nasr ganhar mais espaço na Sauber e até na F-1.

Para Nasr, ter seguido o passo a passo ideal da formação de um piloto foi fundamental para chegar bem preparado na F-1. Começou na F-BMW europeia, em 2009, e foi campeão, disputou duas temporadas na F3 britânica, 2011 e 2012, e também chegou ao título na segunda, e ficou três anos na GP2, onde venceu corridas, fez pole e disputou o campeonato até as etapas finais, no ano passado.

O que mais tem causado ótima impressão no chefe dos engenheiros da Sauber, Gianpaolo Dall’Ara, é algo semelhante ao mencionado por Monisha. “Nasr consegue trazer para o time o máximo possível para as condições do evento. Terminou todas as etapas até agora e nas que surgiram a minha chance de somar pontos não desperdiçou nenhuma.”

A próxima etapa do campeonato é o GP do Canadá, dia 7 de junho, no Circuito Gilles Villeneuve, em Montreal. “Eu nunca corri lá. Mas a nossa equipe já sabe que terá de mexer do carro, fazer algo, antecipar mudanças. Lá tem muita curva de baixa e nossa tração é muito ruim se comparada a dos concorrentes.”

Mas além das curvas lentas o traçado canadense apresenta longos trechos de aceleração plena, um dos raros pontos de eficiência do modelo C34-Ferrari da Sauber. Maurizio Arrivabene, diretor da Ferrari, disse neste domingo que sua escuderia, bem como a Sauber, não vão usar uma nova versão da unidade motriz, conforme o planejado.

Fonte: http://globoesporte.globo.com/